6 de abr. de 2009

Homenagens à diva do fado

Desde a semana passada, uma simpática casa amarela na Rua São Bento, centro de Lisboa, tem sido palco de uma movimentação contínua. Naquele endereço, por mais de 50 anos, viveu Amália Rodrigues, a diva do fado, morta em 1999, aos 79 anos de idade, ainda hoje homenageada por todos os portugueses, dentro e fora de Portugal. A casa foi transformada em museu, poucas semanas depois de o corpo da fadista ter sido trasladado para o Panteão Nacional, onde foi colocada em uma ala ao lado dos restos mortais dos escritores Almeida Garrett, João de Deus e Guerra Junqueiro – outros mitos da cultura lusitana.

Amália Rodrigues tornou-se a primeira mulher e a primeira artista portuguesa a receber tal honraria. Para ser sepultada no Panteão, foi preciso mudar uma lei que vigorava desde 1836 e que previa a possibilidade de traslados somente quatro anos, no mínimo, após a morte. Muitos portugueses queriam mais e achavam que o Mosteiro dos Jerônimos serviria melhor de morada eterna para a fadista - mas ali, como se sabe, repousam apenas heróis, como o rei D. Manuel I, o Infante D. Henrique, os navegadores Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama, além dos escritores Luís de Camões e Fernando Pessoa.

Outros achavam que deveria ser construído um jazigo no próprio Cemitério dos Prazeres – onde, aliás, Fernando Pessoa permaneceu até ser retirado da companhia da avó para ser levado aos Jerônimos. “Sei que a minha história vai ser aquela que escolherem”, cantava e dizia Amália, como se estivesse antevendo o desfecho.

Estas e muitas outras histórias envolvendo a diva do fado estão fartamente ilustradas na Internet e nestas noites frias podem ser um bom programa – desses que, de vez em quando, surgem em algum canal de TV. Como ponto de partida, a sugestão é que se visite os endereços http://www.instituto-camoes.pt/ (uma espécie de panteão virtual onde também repousam outros grandes nomes da cultura portuguesa) e www.cm-lisboa.pt/fonoteca/amalia, para ouvir dezenas de trechos de grandes fados na voz da própria Amália, gravados entre 1945 e 1998.

Vírusbilingue

Se você receber uma mensagem com uma saudação carinhosa, do tipo “Hola como estas?”, na versão em espanhol, ou “Hi! How are you?”, em inglês, tome cuidado. Vá até o final da mensagem. Se lá estiver um “Nos vemos pronto, gracias” ou “See you later. Thanks”, delete imediatamente o e-mail e esvazie a lixeira do seu computador. Caso contrário, você será mais uma vítima do SirCam, um programinha com características de um vírus que está se espalhando lenta e progressivamente pela rede. Brasil, México e EUA são os países mais atingidos pelo SirCam, detectado pela primeira vez no dia 17 do mês passado e com o gatilho apontado para o dia 16 de outubro – data em que foi programado para entrar em ação, destruindo arquivos e acabando com o espaço disponível no seu micro. Para quem já foi infectado, a dica é fazer o download do arquivo FixSirc.com, disponível em www.symantec.com.

Radiação em celulares

O Brasil fechou o primeiro semestre com 25,8 milhões de telefones celulares, 40% a mais do que nos primeiros seis meses de 2000. Fazendo as contas, são 15 celulares para cada grupo de 100 pessoas. Com tantos celulares e com quase 14 mil estações-bases em uso por aí, a Anatel (http://www.anatel.gov.br/) bem que poderia promover uma campanha para esclarecer a população sobre os efeitos da radiação transmitidas pelos celulares, um assunto que vem levantando muita polêmica. A agência trabalha em um projeto de regulamentação e definição dos chamados limites de exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos. Até o mês passado, o projeto esteve aberto à consulta pública, quando recebeu várias sugestões de caráter técnico, incompreensíveis para simples mortais.

Enquanto esta questão não é resolvida e enquanto os fabricantes de celulares não colocam no mercado novos modelos com antenas que direcionem para longe do ouvido as radiações, repito uma advertência contida em vários sites especialistas: celulares não devem ser usados por mais de seis minutos seguidos do mesmo lado da cabeça e a uma distância inferior a 2,5 centímetros do corpo. Em tempo: No endereço www.wapmaster.zip.net/info/radiacao/ é possível conferir a relação dos aparelhos mais (e menos) radioativos do mercado. Já o endereço http://www.amcham.com.br/ dá uma boa visão sobre o estágio atual da polêmica.

Telefonia criptografada

Os arapongas de plantão terão de se modernizar ou o festival de escutas telefônicas que assola o País corre risco de entrar em declínio. Chegou ao mercado brasileiro um serviço de telefonia criptografada, desenvolvido por especialistas do serviço secreto israelense (http://www.snapshield.com/). Batizado como SafeCall, o serviço codifica mensagens de voz e de fax tanto na rede de telefonia pública quanto em sistemas privativos de comunicação. O sistema protege, inclusive, os números chamados. Um chip instalado no telefone faz com que a voz flua através de uma espécie de túnel. Qualquer tentativa de “invasão” entre as duas pontas do túnel vai capturar apenas chiados. A Compugraf (http://www.compugraf.com.br/), a empresa que trouxe o serviço para o País, diz que nesta primeira fase de implantação vai oferecer o sistema ao primeiro escalão do governo e de grandes empresas.

Coluna publicada originalmente em O Estado de S. Paulo em 02/08/2001

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