29 de jun. de 2013

Sobre vaias e aplausos no Maracanã

Ganhou clima de final de novela a discussão se a presidente Dilma Rousseff deve ou não encerrar oficialmente a Copa das Confederações, amanhã, no Rio. Há uma tendência pelo empate entre os que acham que "Sim, ela deve ir" e os que opinam pelo "Não, seria um desgaste inútil". Claro que estou deixando de fora os devoradores de alma, a parcela que gostaria de ver repetida e ampliada,  a sonora vaia recebida por ela na cerimônia der abertura do torneio, em Brasília. 
Nesse embate, relembro o caso do garoto levado pelo pai para assistir um Fla x Flu em uma tarde dominical de outono no Rio de Janeiro.  Arquibancadas lotadas. O locutor oficial anuncia, de forma solene, a presença "do ilustríssimo senhor presidente da República" e diz algo parecido com "feliz do povo que pode receber o seu presidente com os braços abertos; feliz do presidente que pode receber seu povo de braços abertos". Antes mesmo que a frase fosse concluída, 100 mil pessoas aplaudem o general Emílio Garrastazu Médici. 
Vaiar a Dilma é mole. Daqui a 40 anos ninguém se lembrará de tê-la vaiado em uma tarde-noite dominical do Rio de Janeiro. Duro é aplaudir um facínora. Duro é lembrar, tanto tempo depois, a imagem daquele garoto (eu) aplaudindo um ditador.

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