Pense rápido e responda: você já viu uma salva-vidas ou uma combatente de incêndios? Não?
Pois saiba que no relatório divulgado pela Secretaria Nacional de Segurança existem informações suficientes para compreender os motivos pelos quais isso ocorre: na média nacional existem 11,7 bombeiros do sexo masculino para cada mulher na corporação – a maior relação em todo o segmento de segurança pública, incluindo a Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal.
Em números gerais, o sexo feminino constitui não mais do que 7% do efetivo existente nos Corpos de Bombeiros no Brasil.
Vale lembrar que concursos para ingresso de homens e mulheres são realizados conjuntamente, mas existe um limite máximo de 10% para o ingresso de mulheres bombeiras.
Cerca de 30% do efetivo dos Corpos de Bombeiros, independente do sexo, dedicam-se a funções não operacionais. Merece destaque a constação de que a relação homens e mulheres em funções operacionais – no “front” - é bem mais alta do aquela observada em tarefas administrativas. Enquanto nestas prevalece uma relação de 10 homens para cada mulher, nas tarefas operacionais, onde supostamente reside o “perigo” e certamente se encontra a origem de grande parte da excelente imagem pública detectada nas pesquisas, esta relação sobe para 26 homens para cada mulher.
A presença do público feminino entre os bombeiros varia bastante de Estado para Estado. O Espírito Santo, por exemplo, apresenta uma relação bem equilibrada, com um efetivo composto por 1,5 homem para cada mulher, amenor relação em todo o País, seguido de perto pelo Mato Grosso, com 2,1.
Rio de Janeiro (4,7), Bahia (5,1) e Amapá (5,8) são estados onde a quantidade homens comparada à de mulheres também fica abaixo da média nacional.
A partir daí, a relação fica cada vez mais desfavorável para o sexo feminino, a começar por São Paulo, a maior e economicamente a mais desenvolvida Unidade da Federação, que apresenta em quadros apenas 264 mulheres bombeiros, número 36 vezes menor do que o efetivo de homens.
Em Pernambuco, Maranhão e Mato Grosso do Sul a relaçao ainda fica abaixo de 50 por 1. No Pará, sobre 54,6. Paraíba e no Rio Grande do Sul, com média de 70,3 homens para cada mulher atuando como bombeiro, “empatados”, colocando por terra qualquer tentativa de explicar a baixa presença feminina pelo aspecto regional.
Nas quatro primeiras posições na liderança negativa no quesito gêneros aparecem dois estados da Região Sul e dois da Região Nordeste. No primeiro caso, o Paraná possui entre os seus bombeiros 144 vezes mais homens do que mulheres, enquanto em Santa Catarina tal relação sobe para 187 por um (ou por uma, melhor dizendo).
Já o Ceará e o Rio Grande do Norte somam apenas 8 mulheres em seus quadros efetivos de bombeiros. No primeiro, a relação homens e mulheres é de 235, índice que chega a 270,5 homens para cada mulher na terra onde nasceu Luís da Câmara Cascudo, historiador e o maior estudioso do folclore brasileiro de todos os tempos.
Uma última observação: negros também são minoria entre os bombeiros, respondendo por apenas 13,7% do efetivo em todo o País. Mas sobre isso não tenho maiores informações. Quem sabe as tenha, num futuro texto postado aqui.
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